História

“MUITAS SÃO AS LENDAS E HISTÓRIAS QUE LHE ESTÃO NA ORIGEM.”

História

 
Considerada uma das mais fantásticas Quintas do Minho, a Quinta de Curvos possui um historial repleto de histórias e acontecimentos que a marcaram nos últimos quatro séculos.
 

Ocupando uma extensa área de aproximadamente 16 hectares, toda murada sobre si, a Quinta de Curvos localiza-se no lugar do Cerqueiral, Freguesia de Forjães, concelho de Esposende, nas imediações do conhecido Souto de S. Roque, onde, por coincidência, por volta de 1600, foi erecta uma capelinha com a invocação de S. Roque, patrono e defensor das pestes e das fomes. 

Foram seus instituidores os então proprietários da Quinta de Curvos (na altura Quinta de Santa Marinha) Manuel Belo e sua mulher Ana Ribeiro.
Segundo João do Minho, terá sido este casal quem “... em 1559 dotou a Capela de S. Roque, situada na referida Quinta". Pascoal Pires Belo, fora Tabelião e Escrivão dos Orfãos em Esposende, tendo sido um membro conceituado desta família Belo. 

Sabe-se que D. Teodósio, Duque de Bragança, decretou que o lugar de Tabelião seria sempre atribuído a quem casasse com as filhas de Pascoal Pires Belo e, naturalmente, fosse vassalo da Casa de Bragança ou muito a ela ligado.
Mas, voltemos ainda à instituição da Capela de S. Roque. Vários foram aqueles que, temendo o flagelo da peste, e tementes a Deus, instituíram Capelas, muitas delas sob invocação de S. Roque ou S. Sebastião. A inauguração desta, dá-se em 15 de Agosto de 1600. Assim, e desde já poder-se-à inferir que esta Quinta, embora com outra designação, terá existência pelo menos de meados do século XVI.
 
Em 1699 os Senhores da Quinta de Curvos, representados por Miguel da Cunha e Francisco Ferros, moveram uma acção contra Domingas de Miranda e seu marido Manuel Pires, pelo facto da ré ter sido apanhada a cortar lenha no Souto de S. Roque. É devido a esta sentença que, mais tarde, e já em finais do século XIX, vai correr um extenso processo entre os proprietários desta Quinta e as gentes de Forjães.

Em 1709 e por Escritura Pública datada de 27 de Fevereiro, institui-se o Morgadio da Quinta de Curvos. Este vínculo foi instituído pelo Reverendo Igínio Vilas Boas, suas irmãs Mariana e Engrácia da Costa Vilas Boas e pelas sobrinhas Maria e Inácia. Diz ser desconhecido o documento deste vínculo, sendo, no entanto, referido no Inventário de 1728, sendo já proprietário desta Quinta, Francisco Ferros Ponce de Leão, que a obtém por herança. O filho de Manuel Belo e Ana Ribeiro, de nome Jácome da Silva Ribeiro, casou com D. Isabel Dias Ferros, da cidade de Viana, oriunda dos Ferros Ponce de Leão, família nobilitada de raiz espanhola. Deste casamento nasceu Gonçalo Ferros Ponce de Leão que se radicou em Barcelos, onde se transformou em próspero negociante. 

Este Jácome Ferros Ponce de Leão apaixonou-se por uma fidalga de Paredes de Coura que, sentindo contrariedades no seu casamento, foi por ele raptada, casando-se logo a seguir. Trata-se de Inácia da Rocha de Antas da Cunha. Do casamento nasceu Roque Ferros Ponce de Leão, notável Organista na cidade de Barcelos, o qual viria a casar com D. Luísa de Vilas Boas, filha de António Fernandes Simão, natural de Barcelos, e de sua mulher Maria da Costa, esta de Barcelinhos, como se refere na Escritura de dote realizada em 1764. Do casamento de Roque Ferros e de Luísa Vilas Boas nasceram três filhos Francisco Ferros Ponce de Leão, Maria da Rocha Ferros e Inácio Ferros. Sendo Francisco o Morgado, herda de seus pais a Quinta de Curvos. 

Sem filhos, à sua morte, os herdeiros, completamente desligados deste morgadio, vendem-na, em 1882, ao Comendador Domingos Gonçalves de Sá, natural da vizinha freguesia de Aldreu, mas residente na cidade do Porto, casado com Luísa Arminda Ferreira de Sá.
 
Após a compra desta Quinta, o Comendador Domingos de Sá inicia um processo judicial o qual incidia sobre a posse de parte do Souto de S. Roque, assunto por nós já abordado em momento anterior. Esta causa judicial viria a trazer-lhe muitos dissabores ganhando a inimizade de quase todos os forjanenses ciosos do seu património público levaram-no a vender a Quinta de Curvos, aparecendo como comprador o capitalista António Rodrigues Alves de Faria. Esta compra efectuou-se em 8 de Dezembro de 1916.

Ainda jovem, com apenas 14 anos, António Rodrigues Alves de Faria, nascido no lugar do Matinho, em Forjães, parte para o Brasil e, segundo dizem, viajando clandestino nos porões de um navio cargueiro. Em terras de Vera Cruz, depressa fez fortuna e regressa à sua terra natal onde foi um grande benemérito.
Este é, sem dúvida o momento alto para a projecção da Quinta de Curvos, como adiante veremos.

Quando Rodrigues de Faria morre, em 10 de Agosto de 1949, sem deixar descendentes directos, o seu vasto património é dividido por familiares próximos que se sentem impotentes, per si, para preservarem tamanho património, mormente a imponente Quinta de Curvos. 

Face a este estado de coisas, e impotentes para resolverem a situação da Quinta, os herdeiros encararam a venda da mesma e é assim que nos anos 60 é adquirida por José Pereira Falcão, negociante imobiliário, natural da cidade de Lisboa.
Fizeram-se algumas obras de restauro e manutenção mas jamais atingiu o esplendor do tempo de Rodrigues Faria.
Pelos anos 70 a mesma é, de novo, negociada e adquirida por um súbdito inglês que acabou por destruir o palacete existente na quinta em prol da construção de uma edifício "mais adequado aos tempos".

Com a Revolução de Abril de 1974, e face aos medos e insegurança de então, a Quinta de Curvos volta mais uma página da sua centenária história e é, novamente vendida, passando para as mãos da família Fonseca, da cidade de Braga.
 
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